<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, julho 08, 2003

Notícias de França
Numa conversa tida hoje com alguém que fez mais em Erasmus do que férias, apercebi-me de diferenças que gostaria de realçar:
Portugal : Uma avaliação séria a conhecimentos ciêntificos dados em maior profundidade
França : Uma vocação mais empresarial
Portugal : Projectos de investigação subsidiados pelo estado, ou mal pagos
França : Projectos de investigação para empresas que os lançam no mercado
Portugal : Impostos sobre produtos para financiar reitores que desejam a independencia financeira
França : Benefícios fiscais às Empresas dependentes de um apoio anual à Educação ( por exemplo, salas de aula com equipamento avançado )

Amanhã exporei mais alguns pontos, e dissertarei sobre tantos outros. Ah! Uma questão que não tem qualquer diferença, é o deitar de papéis para o chão... Em França não se cospe, nem se deitam papéis. Em Portugal atiram-se garrafas de vidro pela janela do carro na autoestrada. E máquinas de lavar em baldios... Mas em França os alunos são avaliados de forma a que a média geral se situe entre o 11 e o 14. Se tiverem mais, descem, se tiverem menos sobem... Felizmente, na minha faculdade não é, nem será assim.

Adenda a notícias de Espanha
Ficou traçado um rumo, uma direcção para este blog. Além de AP, esperamos em breve contar com mais participantes. Na calha estão JLC, entre outros.

Uma linha é sempre necessária para o desenvolvimento sustentável de qualquer projecto. Habitualmente, como todos os projectos de sucesso têm um suporte britânico por detrás, traduz-se para "fio condutor" o termo "time-line", ou "guide-line".
Ora bem, este blog tem de ter um fio condutor. Se nos dispersamos, acabamos por não saber onde nos situar. Portanto ficou definido: Vamos procurar uma solução para o Portugal de hoje.

Nota pessoal: A todos os leitores, um grande bem-haja! :)
Notícias de Espanha
Somos mesmo muito pequenos, e é em Espanha( por muito que me custe) que tenho a noçao de que somos minùsculos(tao minúsculos que os computadores daqui nao têm o til, como já devem ter reparado).
Aproveito uma pausa do almoço para pensar, pensar sobre tudo o que deixei e sobre tudo o que vim encontrar. O Metro, as avenidas do tamanho de cidades, o primeiro prato, o segundo prato(é verdade, este povo gosta de comer a dobrar), as mulheres, as ruas cheias de familias ao fim de semana às 6 da manha, enfim, uma realidade completamente diferente da nossa. Que deixei para trás? Um curso com algumas( poucas ) cadeiras por acabar, uma odisseia política baseada na destruiçao de um poder incompetente, e todos aqueles que amo, mas que sei estar a beneficiar numa perspectiva de longo prazo.

Mas, falando da política, e mais em concreto da nossa terrinha... Vivemos num regime circunstancial, cujo o único garante é o mesmo que sustentou outros que se poderiam caracterizar de fascistas, comunistas, etc... Tudo menos anarquista. Esse garante é nada mais nada menos do que o exército, a polícia, a força bruta que nos acompanha desde o início de todas as civilizaçoes. Poder ao povo? Nao, se a culpa de vivermos neste caos é do povo, que vive e pensa através de impulsos e necessidades básicas satisfeitas consoante o ciclo eleitoral. Poder a quem, entao? A ninguém....

O que é o poder, e até que ponto alguém tem poder sobre o que quer que seja? Nao será o poder uma ilusao criada para que todos aqueles que se sentem frustrados ou que nao conseguem controlar as suas proprias vidas, pensem que
por orientar a vida de outros estao a conseguir encontrar a linha de rumo que lhes fazia falta? Sera o poder a fronteira entre a perda de identidade e a falta de amor próprio tal é a quantidade de palhaçadas que somos obrigados a assistir todos os dias, interpretadas pelos "poderosos"? Sera o poder a prova mais cabal de falta de razao, consciencia, confiança e comunicaçao com os outros? A base de todas as relaçoes é a confiança, e a confiança há muito que nao faz parte da democracia. Que esperamos? Revoluçao já!!!!

Nos actos, nas palavras, na razao, nas pessoas. Uma Anarquia solidária, uma
democracia como Sá Carneiro idealizava.

terça-feira, julho 01, 2003

Eles vêm ensinar-nos
Não há que ter receio. Uma notícia de última hora do Público faz referência ao Sr. Siegfried Eckleben, que decidiu agir para ter acesso rápido à Internet numa freguesia isolada no país. Pressuponho que tenha ficado encantado com os Açores, mas que neste momento começa a sentir o isolamento e exige as infraestruturas necessárias e indispensáveis para se ligar ao resto do mundo. E bem. Gostava de assinalar 2 pontos:
- Recordo uma conferência recente do Dr. Daniel Bessa sobre "O défice Orçamental e outros défices". Ele foi muito claro quando referiu os défices portugueses que importam: Primeiro, a nossa dívida externa, que pelas informações que foram referidas, está a diminuir. Segundo, as infraestruturas que não foram construídas durante o regabofe dos fundos estruturais. ( Fundos estruturais <-> InfraEstruturas ). Pois bem, o cidadão alemão acreditou se calhar que agora que Portugal pertencia à U.E. as estruturas básicas estavam asseguradas... E o ADSL não é provavelmente básico. Mas quem pensava que a eletricidade seria um bem de primeira necessidade, quando se iluminaram as cidades do País? Quem tinha televisão no ínicio? Era uma forma, de por uma vez na história o desenvolvimento estar a par nas zonas rurais e nos centros urbanos. Já que tudo o resto demora muito a chegar...
-Se há local no mundo que me tenha ficado guardado no coração, foram os Açores. O povo daquelas é genuíno e simpático. Espero que adiram a esta iniciativa de um cidadão alemão como sua, mostrando decididamente serem diferentes do marasmo dos continentais... E demonstrem que é possível, civicamente, conseguir atingir os seus direitos.
O caminho da anarquia é este: Ter os cidadãos a intervirem naquilo que vale a pena. Não esperar que o estado lhe dê, mas ir à procura de resolver os seus problemas. E já agora, lançava o desafio: Já que neste momento as relações Portugal - E.U.A. são tão boas, porque não aproveitar para realizar um projecto de envergadura, colocando fibra óptica submarina a interligar Portugal aos Açores, Açores, América, para criar novas auto-estradas de informação? Teremos de continuar a passar pelo Gargalo dos Pirinéus? A Microsoft vem aí, abram-se os olhos!
Agradecimentos
De facto, acabo de cometer um enorme lapso. De certa forma, já começo a perceber que, enquanto não houver notícias frescas de Espanha, acerca do meu convite, este blog está condenado a pequenas e infrútiferas incursões pelo triste mundo português. Aí sim, espero que este blog também atinga niveis de page views comparaveis a tantos outros famosos em Portugal. Mas convém repôr a justiça. Tenho de agradecer a JPP ( José Pacheco Pereira, para quem não entende ainda bem esta linguagem ), ter-me aberto este universo. O seu blogue é o Abrupto, e merece ser visto, a título de curiosidade, uma vez que este é já um dos dinossauros do meio. Já sabemos que escreve muito, mas geralmente bem. Eu, DCR, mantenho-me firme à promessa: Não escrevo mais do que o necessário. Os meus posts serão curtos, sintéticos e objectivos: Resumindo, Obrigado a JPP por me abrir estas portas, fica remendado o meu lapso. Igualmente, obrigado a LR, do matamouros. Espero que este meu "Santiago" seja ouvido!

segunda-feira, junho 30, 2003

Convite a AP
O convite está endereçado. Em breve, espero poder contar com um novo caciqueiro, a enviar-nos notícias positivas do estrangeiro. Um verdadeiro cacique, que bebe palavras de Sá Carneiro e Adam Smith, e que argumentará aqui o porquê de Marx se contradizer. Por muito que custe a pessoas tão utópicas como nós, que caminhamos "inevitalmente" a caminho da anarquia... Mas a Anarquia ainda não teve o seu terreno de teste. Apenas no sentido figurativo. Aos que têm ainda a esperança de outras utopias, aqui fica... Espero que possa ajudar a leitura das últimas frases. E não me digam, por favor, que o sistema de saúde cubano tem uma reputação desmedida! É verdade, tem! Eu não sou como S. Tomé, acredito nas palavras de quem me diz isso... Mas, e o resto?

De : Dicionário Enciclopédio Verbo
COMUNISMO, Quer sejam entendidas como ideal teórico ou como projecto de organização de uma sociedade, as ideologias comunitárias têm uma longa história que começa na Antiguidade, com Platão e com algumas seitas religiosas (como os Essénios). O «comunismo» é então sugerido como um projecto de sociedade ideal, eticamente superior (embora com Platão apenas exista um comunismo de consumo ao nível do grupo superior de uma sociedade muito hierarquizada). No séc. xv, encontram-se movimentos com características igualitárias e comunizantes entre os hussitas e os taboritas da Boémia, e entre os anabaptistas alemães, no séc. seguinte. Em 1516, Thomas More descreve, na sua Utopia , uma sociedade imaginária em que os bens são postos em comum. Trata-se já de uma sistematização teórica, que também pode ser encontrada em alguns autores franceses da ala esquerda iluminista, como Morelly, a quem se deve aquele que viria a ser o lema da sociedade comunista ideal: «A cada um segundo as suas possibilidades, para cada um segundo as suas necessidades.»No séc. xix, as transformações económicas e sociais despoletadas pela Revolução Industrial e pela consequente urbanização levantam o problema da justa distribuição dos bens. Nasce, da consciência de estar a ser vítima de uma exploração, uma nova e numerosa classe social, a que se dá o nome de proletariado urbano. Sismondi, Owen, Fourier, Proudhon e Saint-Simon são os principais teóricos deste comunismo pré-marxista, que se opõe ao optimismo dos economistas clássicos. É nos anos 30 que surge o termo «socialismo», que se irá aplicar às doutrinas que criticam o liberalismo.É, no entanto, com as obras teóricas e a acção política de Marx e Engels que o Comunismo ganha projecção (o Manifesto do Partido Comunista data de 1848). Em oposição ao Comunismo como uma utopia, Marx apresenta o Comunismo como um processo histórico inevitável, no qual, desaparecendo a propriedade privada, o homem se libertará da subjugação pelo seu semelhante e da alienação provocada pela divisão do trabalho. O Comunismo aparece como um movimento materialista, ateu e anti-religioso. Fala-se, então, numa concepção científica do socialismo.Marx expõe ainda todos os passos do programa revolucionário. Assim, o Comunismo deverá ser imposto pela força e à revolução segue-se o período da «ditadura do proletariado», cuja missão é a socialização dos meios de produção. Esta passa pela centralização, a nível do Estado, das funções de planificação económica, produção e repartição dos bens. A médio prazo, o Estado deverá desaparecer para dar lugar a uma sociedade organizada pelos trabalhadores em benefício de todos.A partir de 1872, o Marxismo torna-se a ideologia oficial de todos os partidos socialistas da Europa.A institucionalização do Comunismo dá-se com a chegada ao poder dos bolchevistas na Rússia. Lenine, que introduziu no Marxismo uma tradição populista e activista, criou em 1919 a 3.a Internacional, que ficou conhecida como «Komintern». Esta organização tinha como objectivo organizar a revolução noutros países, agrupando o conjunto dos partidos socialistas pró-soviéticos. No entanto, com Estaline, a 3.a Internacional acaba por tornar-se um organismo de defesa dos interesses do Estado soviético, que não só não desaparece (como prognosticava Marx) como ganha um peso cada vez maior.A seguir à 2.a Guerra Mundial os exércitos da URSS asseguram a implantação de regimes comunistas nos países da Europa Central e Oriental (1946-49) e, até ao fim dos anos 70, o crescimento do Comunismo faz-se sentir na tomada do poder na China (1949), na progressão no Sudeste Asiático e no apoio aos movimentos de descolonização e emancipação dos países do terceiro mundo (Angola, Moçambique e Vietname, por exemplo). A URSS apoiou e sustentou, igualmente, os partidos comunistas ocidentais.Em 1985, quando Mikhail Gorbatchev ascende à direcção do PCUS e à presidência da União Soviética, já eram conhecidas à saciedade as formas opressivas das liberdades individuais que assumia o Estado soviético (de que os Gulag são um exemplo) e o falhanço do Comunismo começava a ser evidente nas más condições de vida tanto dos próprios soviéticos como das populações da área de influência da URSS. Consciente desta situação, Gorbatchev opta por uma revisão radical do sistema político vigente no país. No fim da década de 80, os partidos comunistas da Europa de Leste renunciam ao monopólio do poder e, em 1991, é a própria União Soviética que é dissolvida. Em 1987, a China admite, teoricamente, a pluralidade de sistemas económicos, políticos, sociais e culturais, conservando, no entanto, uma prática autoritária. Com excepção da China, o Comunismo sobrevive hoje residualmente apenas em países do terceiro mundo, como Cuba, Vietname e Coreia do Norte.
Sentido para o Blog
Companheiros do Cacique é uma sugestão. Pretende sugestionar todos os leitores a que se tornem Caciqueiros no verdadeiro sentido do termo: antropológico.

CACIQUE, nm ( Antr. ) Nome dado ao chefe em certas tribos aborígenes da América. ( Polít. ) Chama- se «caciquismo» à forma abusiva do poder político ou administrativo local ou regional ditada por considerações pessoais ou motivações interesseiras. , Dicionario Enciclopédico Verbo.

Na realidade faltam-nos caciques. Líderes para as nossas pequenas comunidades. Comunidades activas e que interagem. Em termos utópicos, pretendemos uma sociedade anárquica, onde todos possam reconhecer que a sua liberdade acaba onde começa a do outro. Onde não exista necessidade de prisões, de ditar regras, por elas estarem já assimiladas. Anárquicos no verdadeiro sentido do termo: Político.

ANARQUIA, nf ( Pol. ) Negação do princípio da autoridade; falta de governo ou de chefe; sociedade política constituída sem governo; ( fig.) desordem; confusão; barafunda; desmoralização.

Boa sorte, aqui, neste universo virtual, e também na vida real. O chamado pântano, que esperemos seja em breve drenado.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?