<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, junho 30, 2003

Convite a AP
O convite está endereçado. Em breve, espero poder contar com um novo caciqueiro, a enviar-nos notícias positivas do estrangeiro. Um verdadeiro cacique, que bebe palavras de Sá Carneiro e Adam Smith, e que argumentará aqui o porquê de Marx se contradizer. Por muito que custe a pessoas tão utópicas como nós, que caminhamos "inevitalmente" a caminho da anarquia... Mas a Anarquia ainda não teve o seu terreno de teste. Apenas no sentido figurativo. Aos que têm ainda a esperança de outras utopias, aqui fica... Espero que possa ajudar a leitura das últimas frases. E não me digam, por favor, que o sistema de saúde cubano tem uma reputação desmedida! É verdade, tem! Eu não sou como S. Tomé, acredito nas palavras de quem me diz isso... Mas, e o resto?

De : Dicionário Enciclopédio Verbo
COMUNISMO, Quer sejam entendidas como ideal teórico ou como projecto de organização de uma sociedade, as ideologias comunitárias têm uma longa história que começa na Antiguidade, com Platão e com algumas seitas religiosas (como os Essénios). O «comunismo» é então sugerido como um projecto de sociedade ideal, eticamente superior (embora com Platão apenas exista um comunismo de consumo ao nível do grupo superior de uma sociedade muito hierarquizada). No séc. xv, encontram-se movimentos com características igualitárias e comunizantes entre os hussitas e os taboritas da Boémia, e entre os anabaptistas alemães, no séc. seguinte. Em 1516, Thomas More descreve, na sua Utopia , uma sociedade imaginária em que os bens são postos em comum. Trata-se já de uma sistematização teórica, que também pode ser encontrada em alguns autores franceses da ala esquerda iluminista, como Morelly, a quem se deve aquele que viria a ser o lema da sociedade comunista ideal: «A cada um segundo as suas possibilidades, para cada um segundo as suas necessidades.»No séc. xix, as transformações económicas e sociais despoletadas pela Revolução Industrial e pela consequente urbanização levantam o problema da justa distribuição dos bens. Nasce, da consciência de estar a ser vítima de uma exploração, uma nova e numerosa classe social, a que se dá o nome de proletariado urbano. Sismondi, Owen, Fourier, Proudhon e Saint-Simon são os principais teóricos deste comunismo pré-marxista, que se opõe ao optimismo dos economistas clássicos. É nos anos 30 que surge o termo «socialismo», que se irá aplicar às doutrinas que criticam o liberalismo.É, no entanto, com as obras teóricas e a acção política de Marx e Engels que o Comunismo ganha projecção (o Manifesto do Partido Comunista data de 1848). Em oposição ao Comunismo como uma utopia, Marx apresenta o Comunismo como um processo histórico inevitável, no qual, desaparecendo a propriedade privada, o homem se libertará da subjugação pelo seu semelhante e da alienação provocada pela divisão do trabalho. O Comunismo aparece como um movimento materialista, ateu e anti-religioso. Fala-se, então, numa concepção científica do socialismo.Marx expõe ainda todos os passos do programa revolucionário. Assim, o Comunismo deverá ser imposto pela força e à revolução segue-se o período da «ditadura do proletariado», cuja missão é a socialização dos meios de produção. Esta passa pela centralização, a nível do Estado, das funções de planificação económica, produção e repartição dos bens. A médio prazo, o Estado deverá desaparecer para dar lugar a uma sociedade organizada pelos trabalhadores em benefício de todos.A partir de 1872, o Marxismo torna-se a ideologia oficial de todos os partidos socialistas da Europa.A institucionalização do Comunismo dá-se com a chegada ao poder dos bolchevistas na Rússia. Lenine, que introduziu no Marxismo uma tradição populista e activista, criou em 1919 a 3.a Internacional, que ficou conhecida como «Komintern». Esta organização tinha como objectivo organizar a revolução noutros países, agrupando o conjunto dos partidos socialistas pró-soviéticos. No entanto, com Estaline, a 3.a Internacional acaba por tornar-se um organismo de defesa dos interesses do Estado soviético, que não só não desaparece (como prognosticava Marx) como ganha um peso cada vez maior.A seguir à 2.a Guerra Mundial os exércitos da URSS asseguram a implantação de regimes comunistas nos países da Europa Central e Oriental (1946-49) e, até ao fim dos anos 70, o crescimento do Comunismo faz-se sentir na tomada do poder na China (1949), na progressão no Sudeste Asiático e no apoio aos movimentos de descolonização e emancipação dos países do terceiro mundo (Angola, Moçambique e Vietname, por exemplo). A URSS apoiou e sustentou, igualmente, os partidos comunistas ocidentais.Em 1985, quando Mikhail Gorbatchev ascende à direcção do PCUS e à presidência da União Soviética, já eram conhecidas à saciedade as formas opressivas das liberdades individuais que assumia o Estado soviético (de que os Gulag são um exemplo) e o falhanço do Comunismo começava a ser evidente nas más condições de vida tanto dos próprios soviéticos como das populações da área de influência da URSS. Consciente desta situação, Gorbatchev opta por uma revisão radical do sistema político vigente no país. No fim da década de 80, os partidos comunistas da Europa de Leste renunciam ao monopólio do poder e, em 1991, é a própria União Soviética que é dissolvida. Em 1987, a China admite, teoricamente, a pluralidade de sistemas económicos, políticos, sociais e culturais, conservando, no entanto, uma prática autoritária. Com excepção da China, o Comunismo sobrevive hoje residualmente apenas em países do terceiro mundo, como Cuba, Vietname e Coreia do Norte.
Sentido para o Blog
Companheiros do Cacique é uma sugestão. Pretende sugestionar todos os leitores a que se tornem Caciqueiros no verdadeiro sentido do termo: antropológico.

CACIQUE, nm ( Antr. ) Nome dado ao chefe em certas tribos aborígenes da América. ( Polít. ) Chama- se «caciquismo» à forma abusiva do poder político ou administrativo local ou regional ditada por considerações pessoais ou motivações interesseiras. , Dicionario Enciclopédico Verbo.

Na realidade faltam-nos caciques. Líderes para as nossas pequenas comunidades. Comunidades activas e que interagem. Em termos utópicos, pretendemos uma sociedade anárquica, onde todos possam reconhecer que a sua liberdade acaba onde começa a do outro. Onde não exista necessidade de prisões, de ditar regras, por elas estarem já assimiladas. Anárquicos no verdadeiro sentido do termo: Político.

ANARQUIA, nf ( Pol. ) Negação do princípio da autoridade; falta de governo ou de chefe; sociedade política constituída sem governo; ( fig.) desordem; confusão; barafunda; desmoralização.

Boa sorte, aqui, neste universo virtual, e também na vida real. O chamado pântano, que esperemos seja em breve drenado.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?